sexta-feira, 30 de julho de 2010

Considerações sobre Pasquale De Chirico

O pioneiro dos artistas no Rio Vermelho

O Rio Vermelho é considerado o bairro dos artistas e da boemia, o mais famoso de Salvador. Muitos artistas de renome já passaram por aqui. A relação é grande, mas, indubitavelmente o pioneiro , aquele que primeiro fixou residência no bairro, foi o Pasquale de Chirico, escultor italiano que deixou muitas obras em Salvador, todas elas conhecidas, como o Cristo da Barra, a estátua de Castro Alves, do Barão do Rio Branco, do Visconde de Cairu, Pedro IIº e outros tantos, dos quais ressaltam as obras realizadas na antiga faculdade de Medicina da Bahia, no Terreiro de Jesus, infelizmente, praticamente perdidas, por falta de manutenção, o que é lamentável. Pasquale, o primeiro artista que estabeleceu residência no Rio Vermelho, deixou muitas outras obras importantes espalhadas pela cidade.

O mais atual e famoso, no entanto, foi o escritor Jorge Amado, morador do Parque Cruz Aguiar , à rua Alagoinhas 33, pode-se dizer que meu vizinho!

Além deles, pode-se citar Floriano Teixeira, artista plástico maranhense, que lançou a poita da sua jangada na rua Ilhéus, fixando-se também ele no Parque Cruz Aguia, bairro onde tantos outros artistas também tiveram presença. Jenner Augusto, morou na Odilon Santos e depois na antiga rua das Palmeiras, atual Bartolomeu de Gusmão, Tati Moreno, também não deixou de passar por aqui e muito menos o escultor Mario Cravo, que morou e teve ateliê numa ponta da rua das Palmeiras, por onde hoje passa a Garibaldi. Pois é, o Rio Vermelho é mesmo o baile dos artistas e por ele não deixaram de passar a cantora Gal Costa nem o cantor, poeta Caetano Veloso e também Carlinhos Brown, que reside numa das praias do bairro. E a fama do Rio Vermelho não fica somente por conta das presenças ilustres, muitas das quais não nomeei por desconhecer o tamanho da relação. No entanto, seria um pecado esquecer que o saudoso Caribé que tão bem representou a Bahia com a sua obra, foi um ilustre morador. Mas, o Rio Vermelho é famoso porque nasceu mesmo para ser famoso desde o começo, quando Caramuru apareceu por aqui. É o Rio Vermelho das baianas famosas do acarajé, da maior festa do mundo em louvor a Yemanjá, que acontece todos os anos no dia 2 de fevereiro e, também sede da boemia na cidade, pois tudo acontece aqui, a partir do fim das tardes e começo das noites, indo até a madrugada. É o Rio Vermelho dos Universitários e ainda o bairro que mais está atraindo estabelecimentos de lazer e onde, conseqüentemente, se reúne boa parte da população carente de um pouco de lazer. O Rio Vermelho que Pasquale , o escultor da Bahia, segundo o jornalista Carlos Chiacchio, descobriu para morar e curtir a sua tranqüilidade, claro que já não é mais o mesmo e sim muito agitado.

Isto foi no século passado, pois ele foi embora no dia 31 de março de 1943 quando aqui morava pouca gente e atraía veranistas que vinham da cidade, imaginem, da cidade, tomar banho de sal, ou seja, de mar! Pois é, Pasquale, o mesmo escultor que criou o Cristo da Barra e o monumento à Castro Alves foi mesmo o pioneiro dos artistas no Rio Vermelho. Construiu a sua casa ali onde hoje é o restaurante Sukyaky em terreno que, na época, floria o jardim da sua casa!

Sarnelli, 2.11.2009

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