quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Pasquale De Chirico Escultor e morador pioneiro no Rio Vermelho



O pioneirismo de Pasquale - Casa construída no meio do nada !
O bairro do Rio Vermelho, com toda a sua história , é mesmo nacional e mundialmente famoso e já foi descrito dezenas de vezes por pessoas interessadas e que contam a sua história. Entre outras características, sempre é citada a Festa de Yemanjá , outros eventos , a vida boêmia que acontece todas as noites , aquela de que o pedaço é o bairro dos artistas e os moradores notáveis e importantes são citados um a um , concentrando nomes importantes da história das artes na Bahia, no Rio Vermelho ! No entanto, uma grande injustiça tem sido praticada através dos tempos por todos os escritores e ou pesquisadores , que nunca, mas nunca mesmo, deram de cara com o nome de Pasquale De Chirico , que foi , efetivamente . o pimeiro dos grandes artitas a se instalar no Rio Vermelho, onde hoje é a Rua Pedra da Sereia , quando a av. Getúlio Vargas ainda estava sendo construída ( hoje Oceânica ) quase na divisa do Rio Vermelho com Ondina. Como descendente de Pasquale , sou seu neto e vivo desde os meus primeiros dias no Rio Vermelho, acho que precisamos , por uma questão de justiça, corrigir esta omissão na história do bairro . A foto que ilustra esta nota, tirada, quase que com certeza , na década de 30 (1.930) , do alto do morro de Ondina , mostra a casa de Pasquale isolada no meio de um imenso terreno com mais nada por perto , atestando que ele foi pioneiro no bairro..
.Agora, me acho na obrigação de dizer algo sobre o meu avô Paquale, que foi o maior escultor que já pisou em terras baianas. Italiano, chegou ao Brasil com 20 anos, em Salvador por volta de 1903 , foi professor da Escola de Belas Artes da Bahia e faleceu em 30 de março de 1943, deixando, após 40 anos de trabalhos, obras que vemos todos dias ao vagar pelas ruas da cidade, como o monumento a D.Pedro II , no Jardim de Nazareth, a estátua de Castro Alves na praça do mesmo nome , a figura de Tomé de Souza, o monumento ao Visconde de Cayru , aquele ao Barão do Rio Branco e muitos outros . Foi o artista que mais implantou monumentos na cidade. Claro que ganhou pelo seu trabalho. Vivia disso , mas morreu pobre porque, naquele época, a arte não dava tanta grana... Deixou muitos seguidores . Finalizando, não posso deixar de assinalar que aquele Christo que todos nós vemos quando passamos pela orla, implantado , hoje , no cocoruto do morro Ipiranga, também é obra dele , esculpido em mármore de Carrara na Italia, e inaugurado no morro onde hoje funciona a Prefeitura da Aeronáutica, em 24 de dezembro de 1920 , na presença de todas as autoridades e sociedade baiana. Depois , foi transferido do local original para a atual posição , por força de detonações de dinamite na exploração de uma pedreira existente na base do morro e, provavelmente porque a área também se tornou espaço militar.













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